Remasterizações são necessárias ou não?

Remasterizações são necessárias ou não?

Entre grandes franquias, reboots, novas IPs e principalmente, a retrocompatibilidade, as remasterizações são necessárias ou não? Será que os jogadores realmente querem jogos antigos – alguns nem tanto assim – repaginados? Não seria melhor uma continuação do jogo? Acompanhe-me nesse diálogo.

Remasterizações são necessárias ou não?

Primeiramente é importante pontuar as várias abordagens diferentes para a reanimação de jogos antigos. Vamos lá:

Reboot

Geralmente é quando uma franquia passa por uma reformulação, tanto de gameplay quanto de visual. Mas o mais importante num reboot é dar um recomeço para a franquia. Um caso recente de reboot que pode ser o mais significativo é o de Tomb Raider. A franquia, que tem como heroína nossa querida Lara Croft, passou por uma profunda mudança na gameplay e a história do game foi reformulada. O jogo de exploração ficou mais parecido com a franquia Uncharted, mas conseguiu manter o seu charme original.

Retrocompatibilidade

Essa função está presente no Xbox One e permite que os jogadores se beneficiem de jogos dos consoles anteriores da Microsoft, Ou seja, através da retro você pode jogar games do Xbox 360 e do primeiro Xbox no seu Xbox One, tanto digitais quanto físicos. Simples assim.

Remasterização ou Remake?

Há pequena diferença entre a remasterização e o remake. Em alguns vemos uma reestruturação total, tanto no gameplay, quanto nos visuais; elas chegam quase a ser um reboot, mas mantém a história e as decisões tomadas no game original. Esse foi o caso de Crash N’ Sane Trilogy e também será o de Spyro Reignited que sairá em setembro e também de Shadow of the Colossus. Esses são os remakes. Embora algumas produtoras insistam na classificação de remasterizado, o que acaba confundindo algumas pessoas.

Remasterizações são necessárias ou não

Mas há casos em que o game ganha apenas uma resolução melhor e alguns poucos conteúdos extras. Vemos isso em jogos recentes como Assassin’s Creed Rogue, Far Cry 3 e Uncharted Collection e Last of Us Remastered.

Embora em graus diferentes o que é feito com essas remasterizações é basicamente a mesma coisa: trazer games de plataformas antigas antigas para as atuais.

Mas afinal, remasterizações são necessárias ou não?

As duas maiores plataformas tem posições bem diferentes quanto aos jogos mais antigos. A Microsoft abraçou a retrocompatibilidade como compromisso com seus jogadores; todos os jogos que saem no Games with Gold são retrocompatíveis. Já a Sony resolveu ir por outro caminho. Negando a retrocompatibilidade, ela adotou os remasterizados e acabou tornando isso seu carro chefe. A Sony se valeu muito da nostalgia dos jogadores e acabou achando uma mina de ouro com a remasterização. Não só a Sony, mas várias desenvolvedoras embarcaram nessa e trouxeram títulos com um leve tapa no visual e faturaram mais. Afinal, porque não lucrar mais um pouquinho com o mesmo jogo?

Dizer que as remasterizações são só caça-níquéis é generalizar. Quanto mais IPs novas e boas continuações melhor; mas se a remasterização é realmente de um jogo que foi deixado de lado pela desenvolvedora, como foi com o Crash, e é feito um ótimo trabalho de remasterização, a iniciativa é muito válida.

Lógico que preferimos uma continuação para Crash. Até acredito que depois do sucesso da remasterização haverá futuramente uma. Mas algumas remasterizações de jogos antigos da a oportunidade de novos públicos jogarem e conhecerem a franquia e com uma roupagem atual.

Conclusão

Generalizar nunca é o caso quando se trata de várias obras intelectuais diferentes. Não acho válido termos muitas remasterizações, principalmente de jogos da geração anterior; a retrocompatibilidade nesses casos são bem mais honestas. Em muitos jogos você não vê muitas diferenças ou necessidade de readquirir o game se você teve a plataforma anterior. Entendo que para aqueles que não tiveram acesso ao PS3 ou Xbox 360 e tenham pulado direto para a nova geração possa parecer interessante. Mas como disse, acho, nesses casos a remasterização desnecessária e a retro bem mais atrativa.

E como generalizar não é o caso, fica a ressalva para os jogos que trouxeram uma renovação completa para o título sem altera-lo. Sem interferir com a essência do jogo. E quem diria que logo a Activision iria ser a referência aqui. Crash está de parabéns e o vindouro Spyro também parece honrar esse novo compromisso da Activision com os jogadores.

Infelizmente esse não é um assunto onde podemos colocar tudo num pacote só. A cada jogo lançado se torna necessário analisar se aquela remasterização realmente vale a pena. Em muitos casos talvez a resposta seja não; mas em outros conforme o empenho da desenvolvedora um com certeza cabe como luva. As remasterizações são um bom complemento, mas não devem ser o principal foco dos jogadores atuais, apenas devem ocupar o lugar nostálgico aos quais foram designadas.

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David Bueno

Especialista em games, tecnologia e cultura geek. Com mais de 5 anos de experiência nesse mercado, trabalhei com empresas e projetos de diferentes tamanhos e segmentos, desde pequenos desenvolvedores indie até grandes estúdios de jogos e marcas renomadas. Sou formado em Análise de Sistemas e tenho certificações em diversas tecnologias e softwares relacionados a games e tecnologia.