Call of Duty Modern Warfare | Análise
Call of Duty Modern Warfare nós traz de volta ares do seu titulo mais consagrado, mas em outra época e onde conflitos são tratados de forma completamente diferente. Será que o mesmo impacto do jogo de 2007 se repetirá? Ainda existe espaço para questões levantadas há mais de uma década atrás? Esses são desafios que a Infinity Ward resolveu aceitar ao recontar a história que colocou a franquia CoD no panteão dos shooters.
Call of Duty Modern Warfare
Embora haja acusações de revisionismo deste novo capítulo de CoD, não acredito que você não possa apreciar esse game. Começo com esse ponto porque a campanha de Modern Warfare talvez seja a razão pela qual boa parte dos jogadores irão comprar esse jogo. E devo lhes dizer, já faz algum tempo que não vejo uma campanha tão cinematográfica nos games. E isso tem seus pontos positivos e negativos. No caso de Modern Warfare, as imprecisões, clichês e alguns pontos com desenvolvimento fraco talvez tenham sido as piores decisões. Mas vamos com calma.
A campanha tem inicio com o roubo de uma agente químico letal de uma base russa, pelo grupo de terroristas Al-Qatala. Este grupo se abriga no país (fictício) Urzequistão, no Oriente Médio. Lá também estão as forças de resistência comandadas pelos irmãos Farah e Hadir, que combatem tanto atos terroristas quanto a ocupação russa em seu país.
O grupo comandado por Farah tem certo apoio de governos do ocidente, mas tudo no conflito em seu país sempre caminha por terreno meio obscuro. No jogo controlamos basicamente o agente da CIA Alex e o sargento da SAS, Kyle Garrick. Mas claro que temos a presença de velhos conhecidos, como o saudoso Capitão Price.
A campanha te carrega através de missões na Europa e no Oriente Médio. E aqui Modern Warfare brilha lindamente. Ele te entrega a dose certa de cutscenes maravilhosas, digna de grandes estúdios, mas que em nenhum momento tiram o foco do principal, o gameplay. Então se você está esperando muita ação com um pano de fundo tenso, Modern Warfare é seu jogo de ação para esse final de ano.
Guerrilha Moderna
Todas as missões, embora compartilhem de dose ação frenética, são bem distintas umas das outras. Com a magia que a própria franquia criou, você terá uma variedade de momentos que te fazem não apenas embarcar em tiroteios desenfreados. Além deste tipo de ação, já esperado, você explorará tuneis repletos de terroristas no Urzequistão; se infiltrará sorrateiramente em residências vigiadas; pilotará drones explosivos; armará emboscadas com explosivos ou munido de uma super sniper; invadirá refúgios abarrotados de inimigos e resistirá a ataques terroristas.
Toda essa ação é muito bem executada pela Infinity Ward, nos deixando com um gostinho de quero mais em missões que nos apeteçam mais, mas não irritados demais em missões que talvez não nos agradem. Mas esse é um julgamento subjetivo á gostos e cada uma das missões pode brilhar mais ou menos, dependendo do seu estilo preferido de jogatina.
E entre toda essa ação rolando há uma narrativa acontecendo e que nos conta uma história que não fica velha. Infelizmente.
Como citado acima, há algumas imprecisões e decisões que poderiam ter tornado Modern Warfare ainda maior. Quanto as revisões históricas, darei voz aos caros do Overloadr que debateram o assunto em seu podcast Notícias da Nave Mãe. Mas há pontos na narrativa que me frustaram um pouco.
A história que contamos ao apertar o gatilho
O jogo é incrivelmente linear, então não espere bifurcações no caminho. Seus vilões, os russos, são tratados de maneira clichê e preguiçosa, utilizando esteriótipos de filmes de ação dos anos 80/90. E em alguns momentos, onde o tema tratado mais deveria doer, ele aliviam o apertão. E aqui me refiro aos “heróis caídos”, aqueles que devem cometer atrocidades para que o resto da humanidade durma em paz.
Entendo a decisão de não se aprofundar tanto, mas á partir do momento em que se colocam essas questões na mesa, não discuti-las em seu todo não seria irresponsável?
Há muitas questões em Call of Duty Modern Warfare que nos fazem refletir sobre a nossa humanidade. Ela está refletida naqueles personagens, cada qual trazendo uma faceta diferente de um conflito que o mundo todo tem enfrentado. E Modern Warfare nos faz encarar isso de frente, seja atirando em mulheres para nos salvar ou utilizando crianças como trunfos em momentos críticos. O jogo literalmente te faz assistir e reagir a esses momentos. Talvez seja o game impactante de toda a franquia neste sentido.
Você tem a arma na mão e se não apertar o gatilho a sua história não continua. Morte é o que te espera a cada casa que invade na noite e morte é o que você leva a cada nova missão que aceita. Mas se você não está ali para apontar a arma e atirar em alguns, talvez milhares perderão a vida. E é esse questionamento que acaba se consumindo Kyle e Alex, os fazendo decidir sobre o que estão fazendo e se apenas seguir ordens é o certo.
Mas o grande destaque de Modern Warfare acaba ficando para Farah, uma das personagens mais fortes que já apareceram na franquia. Seja compartilhando missões com os outros soldados ou naquelas exclusivas dela, temos a construção de uma personagem forte e vemos claramente a evolução dela e suas motivações. Ela é o fio condutor de Modern Warfare.
Assim, a decisão de implementar na narrativa do jogo cutscenes, torna tudo ainda mais plural. Isso possibilita explorar o lado cinematográfico, com belas cenas de ação e te fazendo mergulhar na história desses personagens, os tornando memoráveis.
Multiplayer e Cooperativo
Salvo algumas exceções, este é o multiplayer de CoD em que mais me divirto há anos. Ele traz de volta o sistema em que você monta a sua classe, com arma primária, secundária, vantagens e dois equipamentos.
Ágil e nervoso, nele há oportunidade para um crescimento constante nas suas habilidades de jogador. Com partidas rápidas, mesmo perdendo, sua frustração não é tão grande, por não ser uma gameplay massante. Ela dá lugar para diversos tipos de jogadores, dos rushadores aos campers, o que pode alegrar alguns e emputecer outros tantos. Mas ainda assim, cabem outros estilos de jogos, sejam eles mais agressivos ou estratégicos.
Com cenários que, em sua maioria condizem com o que esperamos da franquia, geralmente temos partidas bem equilibradas. Mesmo que os pontos fixos de respawn em alguns modos de jogos possam ser um empecilho em algumas partidas. Ainda tivemos a adição do crossplay, o que nos permite sambar entre consoles e PCs, e no geral achei bem satisfatório.
Já o cooperativo dá um fôlego a mais para o game e pode agradar quem não está interessado no PvP. Aqui temos quatro jogadores, atuando pela organização Armistice, que é a união das duas antagonistas do modo multiplayer, a Coalition e Allegiance.
São missões variadas onde os jogadores poderão utilizar os equipamentos que preferirem e até as killstreaks. Elas dão continuidade os acontecimentos do fim da campanha single player e colocam os jogadores contra um novo grupo terrorista.
Conclusão
Eu acredito que esse reboot da série alcança seu objetivo, que era dar um novo fôlego para a franquia. Temos muitos elementos tradicionais de CoD presentes no game, mas também muitas novidades. E tudo funcionou em perfeita harmonia. As decisões erradas, tanto na parte narrativa como em alguns pontos do gameplay podem ser corrigidas em empreitadas futuras, mas não prejudicam este capítulo da franquia, que acredito será bem aceito e manterá o legado do jogo original.
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