Assassin’s Creed Odyssey | Mesmo depois de tantos capítulos, o credo dos assassinos ainda tem fôlego para mostrar algo novo.
Quem me conhece sabe, odeio Assassin’s Creed. Mas também é de conhecimento de quem é próximo de mim: Eu AMEI Assassin’s Creed Odyssey!
Talvez odiar seja uma palavra muito forte, acredito que minha antipatia pela franquia nem de perto é ódio. Afinal, temos uma série de jogos que trouxe muitos elementos maravilhosos para o mundo dos games. Creio que AC é uma das poucas franquias da atualidade ao qual todo mundo deu pelo menos uma chance, mesmo que pequena, como eu.
Tentei jogar AC assim que o primeiro jogo foi lançando. Pelo que havia ouvido da história tudo era fascinante, com roteiro digno de ótimas séries ou filmes que arrebanham fãs. E foi isso que AC fez, mas na ocasião eu não fui deles. A estética, a temática, as cinematic tudo era lindo. Ou quase. A jogabilidade e a linearidade do game me frustraram, aliás, muitos fãs da série confessam que o primeiro game realmente é sofrível neste aspecto. E desta forma, infelizmente, me afastei da franquia.
Mas não fiquei imune ao credo dos assassinos. O embate épico entre templários e assassinos, fatos históricos misturados com ficção (um dos meus fatores preferidos), hidden blades e personagens marcantes sempre me mantiveram nas bordas do universo de AC. Jogando aqui e ali na casa de amigos ou ouvindo histórias apaixonadas dos fãs sobre a franquia.
Assassin’s Creed teve seu inicio na geração passada, mas já conta com dezenas de títulos. Vários assassinos como Ezio, Altair, Frye e Connor vivem no coração dos fãs. Muito já foi experimentando na série: multiplayer, histórias com narrativas paralelas, batalhas navais, além de ter visitado vários países e períodos históricos. Também houveram outras mídias nas quais AC embarcou, tendo assim um filme lançado, algumas animações e livros que expandem ainda mais o lore do jogo.
O universo criado pela Ubisoft já nos proporcionou ótimas histórias originais, mas também algumas clichês. Entretanto, diminuir qualquer conquista desta franquia é injusto. Ela merece todas as suas glórias. E isso nos leva a mais recente conquista da série: Assassin’s Creed Odyssey.
Odyssey é o primeiro jogo da franquia a lhe dar opção de jogar APENAS com um personagem masculino ou feminino. Alexios ou Kassandra, respectivamente. Desta vez o cenário é a Grécia antiga e ainda contamos com uma pitada de Leônidas e seus 300 de Esparta, ao qual o passado dos personagens principais é interligado. Temos vários elementos que fizeram a franquia decolar, mas também temos adições. Os elementos de RPG são os mais marcantes. Elementos esses que surgiram no capítulo anterior – igualmente bem-sucedido – Assassin’s Creed Origins, que tinha como pano de fundo o Egito, e Bayek como personagem principal. Muito do que foi adicionado nestes capítulos fez com que alguns fãs torcessem o nariz para eles. Alguns até se afastaram da série. Mas isso também trouxe novas possibilidades para a franquia, além de uma nova audiência. E menos importante que tudo isso: a minha volta para a franquia.
Comecei a campanha com Kassandra e me vi fisgado pelo carisma da personagem e a ambientação do jogo. Até os combates navais – que não me chamaram muita atenção em Black Flag – aqui me trazem alegria. Devo admitir que o jogo se aproximar de vez do estilo RPG me agradou muito. A liberdade, as sidequests, escolha de diálogos, composição de equipamentos, estilos de combate diferentes, tudo isso reunido nos traz um dos grandes jogos de 2018. Fora o roteiro, que traz uma história que te prende, e isso não só na campanha principal, mas também nas missões paralelas, que trazem empates contra animais lendários, resgate de itens, caça a alvos e até orgias.
Quando haviam anunciado que Assassin’s Creed Odyssey seria ambientado na Grécia eu fiquei com o pé atrás. A Grécia já é uma ambientação bem batida, mas felizmente tudo foi muito bem trabalhado. Tanto os cenários quanto os personagens, sejam eles NPCs ou os principais, mostraram uma Grécia crível. Mais do que isso, tudo isso nos entrega uma Grécia da qual não queremos sair. Uma Grécia para chamar de nossa.
Desde AC Origins, a Ubisoft resolveu dar um fôlego a mais para a franquia. Então, além das DLCs, você tem periodicamente novos conteúdos sendo adicionados para te manter jogando. Embarcações que devemos caçar, mercenários que devemos enfrentar, desafios mitológicos que devemos encarar. E isso tudo de forma gratuita, para todos que tem o jogo base. Isso ae tornou uma atitude recorrente da Ubisoft para com todos seus títulos. Sempre que a desenvolvedora pode implementar novas atividades e manter os jogadores entretidos e dentro de seus games ela o faz. A Ubisoft aprendeu muito com erros do passado e hoje os fãs encontram em seus jogos um lugar feliz para habitar.
Sei que para alguns Assassin’s Creed Odyssey acabou se rendendo ao estilo de RPG ocidental, que tem estado cada vez mais presente desde o sucesso estrondoso de The Witcher 3. De certa forma sim, foi isso o que aconteceu. Mas considerando que desde os jogos iniciais a franquia vem sofrendo um desgaste grande e dificuldade de se encontrar, a nova aposta foi certeira. Nos trouxe um jogo maior e com mais elementos de lore para explorar. E uma coisa que todos que já apreciaram algum AC devem concordar, é que o lore é a magia principal nesta franquia.
E se a nova abordagem ainda possibilita contar as histórias deste mágico universo, que assim seja. Eu fui cativado e espero nunca mais ter que abonar a franquia. E acredito que uma nova e enorme audiência também foi cativada e resolveu experimentar pela primeira vez ou dar uma nova chance. Assim como eu fiz.
Então, seja você um antigo ou novo fã da franquia, dê uma chance a Assassin’s Creed Odyssey. Fiz isso e por causa dele estou até cogitando revistar os capítulos anteriores da franquia. Novas leituras podem trazer novas perspectivas para coisas antigas. Afinal…
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