Aventuras em Pong Quest

Pong Quest é um jogo curioso, há uma magia antiga ali. Talvez seja fácil realizar essa ligação por causa da origem do jogo, mas a inocência que este novo game de Pong traz, me remete a tempos menos turbulentos para os nossos amados joguinhos.

Pong Quest uma empreitada leve

As vezes você só quer jogar, sem passar raiva ou horas e horas atrás de um controle. Tem vezes que saio mais cansado de uma partida competitiva do que se tivesse realizando trabalho braçal. Infelizmente isso tem acontecido muito com vários jogos. E o maior motivo disso tudo é o público. Isso mesmo, somos nós, jogadores.

A demanda imposta pela audiência faz com que os jogos tenham que se tornar máquinas de entretenimento infinito. Mas o que muitos esquecem é da parte da diversão, da distração. Muito só querem chegar em casa depois de um dia exaustivo de trabalho e então ligarem o seu videogame preferido e relaxarem. Mas outros querem games gigantescos, que durem centenas de horas, com milhares de objetivos, que mais cansam do que divertem, muitas vezes. Assim a indústria acaba nos entregando jogos lotados de coisas, mas vazios de propósitos.

E dois jogos recentes me trouxeram esse frescor da jogatina descompromissada. E coincidentemente eles são revitalizações de franquias antigas. Um deles é Street of Rage 4, um ótimo beat’m up que havia sido deixado nos anos 90, mas retornou com força revigorada nesta nova sequência. E o outro é o jogo em questão aqui: Pong Quest.

Essa reinvenção do clássico game dos anos 70 é muito mais colorida, o que traz um novo ar a simplicidade do jogo. E o deixa ainda mais divertido.

Aventuras de um Pong

Um dos arcades eletrônicos mais antigos existentes e o motivo da lendária Atari ter saído do papel, faz de Pong um jogo histórico. A ideia era simular uma partida de tênis de mesa, e a parada deu tão certo, que logo a Ataria lançou novos jogos, que hoje são clássicos e um console próprio.

Bem, saindo dos anos 70 e chegando a 2020, temos Pong Quest, que traz em sua essência a mesma jogabilidade, mas com novos desafios, passeios em dungeons e customizações dos personagens.

Como eu disse mais acima, este é um jogo pra você se divertir e não ficar pilhado tentando conquistar todos os objetivos do game. Apesar de ele ter sim as suas conquistas e novas skins pra adquirir. Mas ele faz isso de uma maneira tão suave, dando mais ênfase na diversão do que no colecionismo desenfreado que tantos jogos atuais adotaram.

Você pode se divertir solo, com os amigos em cooperativos locais pra até quatro pessoas ou em modos multiplayer (dupla ou solo). As partidas são rápidas e de certa maneira até bem disputadas. A diferença para o Pong clássico aqui, na jogabilidade, é que as bolas que você rebate podem ter habilidades especificas te dando mais vida, criando cogumelos pra bloquear as bolas adversárias, sendo bolas curvas (como no beisebol), por exemplo.

Além disso, temos um modo história, onde nosso personagem é o escolhido do rei para limpar as masmorras reais, encontrar algumas orbes e restabelecer a ordem no reino. Embora simples, as interações entre os personagens – que são os bastãozinhos que batem as bolas, mas com skins – são bem divertidas. Temos caracterizações diferentes, dependendo da masmorra em que entramos. então enfrentamos desde ratos até grandes guerreiros, passando por presidiários e versões Robin Hood.

Pong!

Me diverti bastante com meu filho de 6 anos, jogando este game. Isso prova que um jogo com mais de 40 anos ainda pode ser divertido caso seja esse seu objetivo. Essa versão adiciona mais vida ao jogo, cor, skins pra você conquistar, níveis pra atingir, espaços onde se aventurar. E tudo isso sem perder a simplicidade e leveza que Pong sempre trouxe. Não espere uma revolução, nem um jogo profundo. Este é um jogo dos primórdios dos videogames, com roupagem nova, mas com uma proposta sincera e, ainda, muito cativante e divertida.

Pong Quest está disponível para PC (Steam) e futuramente chegará também aos consoles.